segunda-feira, 22 de março de 2010

Dia Mundial da Água

Ótimas imagens para o Dia Mundial da Água:

http://www.boston.com/bigpicture/2010/03/water.html

Dia Mundial da Água

Água poluída mata mais que violência no mundo, indica ONU

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2010/03/22/onu+agua+poluida+mata+mais+que+violencia+no+mundo+9435597.html

ABIDJAN - A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU nesta segunda-feira.

"A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem atualmente por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, incluindo as guerras", disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês).


Indiana enche balde com água potável

Indiana enche balde com água potável

Em um relatório intitulado "Água Doente", lançado para o Dia Mundial da Água nesta segunda-feira, o Unep afirmou que 2 milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de 2 bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes.

O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.

Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90% da água de esgoto sem tratamento.

A diarreia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."

O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto.

Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.

"Se o mundo pretende sobreviver em um planeta de 6 bilhões de pessoas, caminhando para mais de 9 bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o diretor da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas."

domingo, 21 de março de 2010

O espetáculo não pode parar!

Aqui do alto do cruzeiro
Onde o vento faz a curva pra voltar com mais coragem
Vejo o sol tocando a ponta do pára-raio da cruz
Elimino a ofensa do atrito
Atravanco o portão da ventania
Faço a caixa do mar ficar vazia
Boto um teto no vão do infinito

Para dar o pão pra os filhos
Que chegam magros da guerra
O mensageiro do sonho
Nesse terreno que treme
Da magra mão estendida
Da paixão que grita e geme
Das curvas do firmamento
Da claridade da lua
Solidão do mundo novo
A batucada da rua
O espetáculo não pode parar
Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma

O espetáculo não pode parar
Há certas coisas no mundo
Que eu olho e fico surpreso
Uma nuvem carregada
Se sustentar com o peso
E dentro de um bolo dágua
Sair um corisco aceso

(O Espetáculo - Cordel do Fogo Encantado)

CORDEL DO FOGO ENCANTADO ANUNCIA FIM DA BANDA

Comunicamos o encerramento das atividades artísticas da banda Cordel do Fogo Encantado. Esta decisão implica na suspensão das apresentações ao vivo, como também da gravação em estúdio de material inédito.

A disposição em suspender suas atividades passa por decisões pessoais do fundador da banda, Jose Paes de Lira (Lirinha), expressas em seu comunicado abaixo, que implicam na impossibilidade de continuidade do grupo. Contudo, mantêm intactas as relações de profunda amizade, respeito profissional e carinho cultivadas entre os integrantes da banda, equipe técnica e produção, solidamente construídas nesses onze anos de convivência.

Estamos certos que nesse tempo realizamos um trabalho de referência na nova música pernambucana e brasileira.

A banda, em decisão conjunta com a produção, deverá lançar em breve registro de áudio e vídeo AO VIVO da apresentação realizada na praça do Marco Zero, Recife, no dia 14 de fevereiro de 2010, considerado por muitos um show histórico.

O grupo também pretende lançar material de arquivo selecionado entre registros realizados ao longo dos seus onze anos de existência.

Cordel do Fogo Encantado manterá em atividade seu site oficial (www.cordeldofogoencantado.com.br) através do qual informará seu público sobre os lançamentos dos registros acima citados e sobre outros temas que se fizerem necessários.

Atenciosamente,

Antonio Gutierrez
Produção – Cordel do Fogo Encantado

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COMUNICADO - JOSÉ PAES DE LIRA

Com a permissão dos Encantados, sempre:

Anuncio a minha saída da banda Cordel do Fogo Encantado. São 14 anos de trabalho ininterrupto (11 anos de banda e 3 anos de peça teatral de mesmo nome).

O grupo que é independente desde a sua origem, com integrantes do sertão de Pernambuco (Arcoverde) e do Morro da Conceição (Recife) se tornou uma das bandas mais ativas do cenário de shows da música brasileira. Isso aconteceu com a total entrega dos participantes e a verdade da mensagem emitida.

É com muita dificuldade que redijo essa informação, devido ao imenso amor que eu sinto pelo público e pelos meus companheiros/guerreiros do projeto. Revelo, por respeito aos que me acompanham, a minha vital necessidade de trilhar novos caminhos. Ajudei a desenvolver um dos espetáculos mais originais da cultura pop do país e é com esse sentimento de orgulho que sigo em frente.

Com a certeza de que o fogo da nossa poesia e da nossa música nunca se apagará e que nossa força é infinita.

Abraço forte, José Paes de Lira, Lirinha.

terça-feira, 16 de março de 2010

Freireando


"Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele.
Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado. A diferença entre o inacabado que não se sabe como tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a possibilidade de saber-se inacabado.
Gosto de ser gente porque, como tal, percebo afinal que a construção de minha presença no mundo, que não se faz no isolamento, isenta da influência das forças sociais, que não se compreende fora da tensão entre o que herdo geneticamente e o que herdo social, cultural e historicamente, tem muito a ver comigo mesmo. Seria irônico se a consciência de minha presença no mundo não implicasse já o reconhecimento da impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença. Não posso me perceber como uma presença no mundo, mas ao mesmo tempo, explicá-la como resultado de operações absolutamente alheias a mim. Neste caso o que faço é renunciar à responsabilidade ética, histórica, política e social que a promoção do suporte a mundo nos coloca. Renuncio a participar a cumprir a vocação ontológica de intervir no mundo.
O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo que não é de quem nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não é a de quem a ele se adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também há história.
Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreias de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam."

(Paulo Freire in Pedagogia da Autonomia)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Baile escolar é cancelado após lésbica pedir para levar par.

As autoridades escolares do Estado americano do Mississippi decidiram cancelar o baile de uma escola depois que uma estudante gay entrou na Justiça para levar um parceiro do mesmo sexo ao evento como seu par, informou nesta quinta o jornal USA Today.

"Devido às distrações ao processo educacional causados pelos eventos recentes, a cidade de Itawamba decidiu não promover o baile da Escola Agrícola", informaram as autoridades em um comunicado. Constante McMillen, 18 anos, havia sido proibida pela escola de levar seu par ao baile marcado para o dia 2 de abril.

Constance, que é lésbica, e a sede de Mississippi da União de Liberdades Civis Americana (ACLU) exigiram que a escola mudasse sua posição. Tanto em relação ao par de Constante quando em relação à roupa escolhida pela aluna para o evento. Ela queria vestir um fraque para dançar.

A advogada da ACLU Christine Sun disse que a organização recebe todos os anos pedidos de ajuda de estudantes gays que enfrentam problemas com bailes escolares. A maioria das reclamações vem do sul do país, onde as atitudes em relação às opções sexuais são mais conservadoras.

No comunicado, as autoridades escolares encorajaram a comunidade a organizar um baile privado. "É nossa esperança que os cidadãos organizem um evento para os jovens e adultos. Nós sinceramente pedimos desculpas por qualquer inconveniente", concluiu o comunicado. As autoridades escolares não comentaram a exigência de Constance.

A decisão impressionou Constance. "Oh meu Deus. Isso realmente é uma bagunça. Porque a mensagem que eles estão passando é que se eles forem obrigados a permitir que um homossexual vá ao baile, preferem que não haja baile algum", ela disse.


11/04/2010

Fonte: www.noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4314094-EI8141,00-Baile+escolar+e+cancelado+apos+lesbica+pedir+para+levar+par.html

domingo, 7 de março de 2010

Las guerras ocultas

¿Fue manipulado científicamente el terremoto de Haití?

A simple vista suena como una "teoría conspirativa", pero ateniéndonos a las investigaciones y verificaciones que existen sobre experimentos militares (sobre todo de EEUU y algunas potencias centrales) con armas, químicas y biológicas orientadas al exterminio masivos de seres humanos, la versión no parece tan descabellada.

Que el Pentágono investigue y desarrolle un sistema que puede generar violentos e inesperados cambios en el clima, incluido un terremoto como el de Haití o un tsunami como el de Asia, más que un asunto conspirativo podría ser parte de una realidad estudiada y expresada en diversos informes de especialistas "silenciados" por la prensa oficial.

Hay un cúmulo de trabajos investigativos (esparcidos en la red y silenciados por la prensa del sistema) que demuestran, por ejemplo, que los virus patógenos y las pandemias son inicialmente estudiados para su utilización en posibles operaciones de exterminio en masa, con la finalidad de controlar y manipular socialmente determinadas poblaciones.

Bajo el argumento de "prevenir ataques enemigos" con armas químicas o biológicas, el Pentágono ha diseñado -desde el siglo pasado hasta aquí- diferentes programas de investigación y experimentación con virus inyectados primero en organismos animales, y luego lanzados contra organismos humanos.

El investigador y profesor canadiense Michel Chossudovsky, en su artículo titulado "Guerra climática: Atención a los experimentos militares de EEUU", publicado en el sitio web The Ecologist, señala que “El Haarp es un arma de destrucción masiva, capaz de desestabilizar los sistemas agrícolas y ecológicos en todo el globo”.

Afirma que EEUU ha desarrollado experimentos similares desde 1940, y que durante la guerra de Vietnam se hicieron prácticas de bombardeo de nubes, con el fin de prolongar la estación del monzón (temporada de lluvias) y bloquear las rutas de suministro de sus enemigos a lo largo del corredor Ho Chi Minh.

De acuerdo con el investigador, “La tecnología, que está siendo perfeccionada bajo el Programa de Investigación de Aurora Activa de Alta Frecuencia (Haarp), “Apunta a lo impensable: la manipulación encubierta de modelos climáticos, comunicaciones y sistemas de energía eléctrica como un arma de la guerra global, capacitando a EEUU para desestabilizar y dominar regiones enteras”.

Según Chossudovsky, “La manipulación climática es el arma preventiva por excelencia. Puede ser dirigida contra países enemigos o ‘naciones amigas’ sin su conocimiento, utilizada para desestabilizar economías, ecosistemas y agricultura. También puede provocar el caos en los mercados financieros y de materias primas. La alteración en la agricultura causa una mayor dependencia de la ayuda alimentaria y de productos de granos importados de EEUU y de otros países occidentales”.

Las teoría de Chossudovsky sobre la guerra climática, tiene un correlativo en las armas químicas o biológicas de exterminio masivo utilizadas en diferentes programas de investigación y experimentación, entre las cuales sobresalen los virus inyectados primero en organismos animales, y luego lanzados contra organismos humanos.

Con la aparición cíclica de pandemias detonadas por la inseminación de virus patógenos en poblaciones civiles, se genera una campaña simultánea de "terror mediático" (con pánico e incertidumbre social) ejecutada por las grandes cadenas informativas internacionales, la que activa a su vez una demanda comercial masiva de recursos y medicamentos para enfrentar la emergencia sanitaria, que moviliza paralelamente un multimillonario negocio capitalista a escala global.

Cabe recordar que a la feroz manipulación mediática global con el "terror pandémico" de la reciente fiebre porcina ( o Gripe A), se agregan cada vez más, preguntas e hipótesis sobre el origen y posible utilización económica o política del virus patógeno, que van desde la lógica y el sentido común hasta teorías conspirativas de la más variada especie y procedencia.

En este caso, se ha hablado, incluso, de distintas operaciones de "aprovechamiento" político y militar del virus, cuyos objetivos van desde una "cortina de humo" para distraer la atención de la actual crisis global, hasta una estrategia para crear un "11-S biológico" que justificara nuevas invasiones y "guerras antiterroristas", un plan capitalista "malthusiano" para reducir la población pobre "sobrante", o una maniobra comercial de los grandes laboratorios para generar demanda masiva de medicamentos y vacunas preventivas.

Una crisis pandémica, una crisis económica, una catástrofe natural o una guerra movilizan multimillonarios recursos financieros para enfrentarla.

Y como vivimos dentro de un sistema capitalista centralizado por potencias hegemónicas (EEUU y las naciones centrales de Europa), los programas de exterminio en masa con epidemias salen originalmente de los laboratorios militares del Pentágono y de los sectores de biodefensa europeos, principalmente Gran Bretaña.

En ese escenario, la guerra climática, la guerra biológica o la guerra química , son parte indivisible de la guerra militar para conquistar países y poblaciones. Todas a su vez, se sintetizan en la guerra psicológica para manipular la mente humana con fines del control político y social sin el uso de las armas (Guerra de Cuarta Generación).

La guerra biológica por medio de agentes genéticos orientados al exterminio masivo de poblaciones es un soporte activo de la guerra militar y de la guerra psicológica. Cuando está al servicio de la guerra psicológica, la guerra biológica se convierte en bioterrorismo, y cuando sirve a la guerra militar se convierte en operación de exterminio con uso de agentes biológicos.

Como primer objetivo central, las "guerras silenciosas" de exterminio poblacional por medio de agentes biológicos o químicos se originan dentro de los planes y estrategias del Pentágono para preservar la seguridad de EEUU, la potencia regente y dominante del sistema capitalista a escala global.

Como segundo objetivo central, todo lo que se destruye hay que "reconstruir", y todo lo que enferma hay que "curar", es la máxima que sigue siempre el sistema capitalista para arrancar rentabilidad tanto de las crisis económicas, como de las catástrofes, las epidemias y las guerras.

"Si no hay guerra hay que inventarla para hacer negocios", es la máxima histórica de Rothschild, líder emblemático del sionismo financiero internacional.

En este escenario ¿Puede sorprender la posibilidad de que el terremoto de Haíti haya salido de los laboratorios militares de Pentágono?


(*) Manuel Freytas es periodista, investigador, analista de estructuras del poder, especialista en inteligencia y comunicación estratégica. Es uno de los autores más difundidos y referenciados en la Web.

Fonte: www.atilioboron.com

Contra o Parque Tecnológico!

http://www.assufrgs.com.br/site2006/site_novo/?inc=galeria_mostra&galeria_id=216

Pessoal da Ufrgs + movimentos na tentativa de barrar o parque tecnológico.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Freire

"É triste, mas, que fazer? A realidade é mesmo esta." A realidade, porém, não é inexoravelmente esta. Está sendo esta como poderia ser outra e é para que seja outra que precisamos, os progressistas, lutar. Eu me sentiria mais do que triste, desolado e sem achar sentido para minha presença no mundo, se fortes e indestrutíveis razões me convencessem de que a existência humana se dá no domínio da determinação. Domínio em que dificilmente se poderia falar de opções, de decisão, de liberdade, de ética. "Que fazer? A realidade é assim mesmo", seria o discurso universal. Discurso monótono, repetitivo, como a própria existência humana. Numa história assim determinada, as posições rebeldes não têm como tornarem-se revolucionárias.

Tenho o direito de ter raiva, de manifestá-la, de tê-la como motivação para minha briga tal qual tenho o direito de amar, de expressar meu amor ao mundo, de tê-lo como motivação de minha briga porque, histórico, vivo a Historia como tempo de possibilidade e não de determinação. Se a realidade fosse assim porque estivesse dito que assim teria de ser não haveria sequer por que ter raiva. Meu direito à raiva pressupõe que, na experiência histórica da qual participo, o amanhã não é algo pré-datado, mas um desafio, um problema. A minha raiva, minha justa ira, se funda na minha revolta em face da negação do direito de "ser mais" inscrito na natureza dos seres humanos. Não posso, por isso, cruzar os braços fatalistamente diante da miséria, esvaziando, desta maneira, minha responsabilidade no discurso cínico e "morno", que fala da impossibilidade de mudar porque a realidade é mesmo assim. O discurso da acomodação ou de sua defesa, o discurso da exaltação do silêncio imposto de que resulta a imobilidade dos silenciados, o discurso do elogio da adaptação tomada como fado ou sina é um discurso negador da humanização de cuja responsabilidade não podemos nos eximir. A adaptação a situações negadoras da humanização só pode ser aceita como conseqüência da experiência dominadora, ou como exercício de resistência, como tática na luta política. Dou a impressão de que aceito hoje a condição de silenciado para bem lutar, quando puder, contra a negação de mim mesmo. Esta questão, a da legitimidade da raiva contra a docilidade fatalista diante da negação das gentes foi um tema que esteve implícito em toda a nossa conversa naquela manhã.

(...)


A rebeldia é ponto de partida indispensável, é deflagração da justa ira, mas não é suficiente. A rebeldia enquanto denúncia precisa se alongar até uma posição mais radical e crítica, a revolucionária, fundamentalmente anunciadora. A mudança do mundo implica a dialetização entre a denúncia da situação desumanizante e o anúncio de superação, no fundo, o nosso sonho.


(Paulo Freire)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Outra América Possível: Rumo ao IV Forum Social das Américas, no Paraguai

Estão em andamento os preparativos para o IV Fórum Social das Américas (FSA). O evento, que acontece de 11 a 15 de agosto, no Instituto Superior de Educação - ISE, em Assunção, no Paraguai, está sendo pensado conjuntamente por cerca de 10 países, que formam o Conselho Hemisférico. Durante a última reunião, realizada de 25 a 27 de fevereiro, o Conselho definiu os eixos temáticos que guiarão as discussões e debates do Fórum.

De acordo com Luiz Bassegio, membro da coordenação continental do Grito dos Excluídos/as, os sete eixos temáticos foram definidos levando em consideração o panorama atual desenhado no continente. Os fatos marcantes da primeira década do século relacionados à militarização, aos povos indígenas e ao meio ambiente, entre outros temas, serão levados ao Fórum por meio de plenárias e oficinas.

"O primeiro eixo temático está relacionado a um dos grandes desafios que serão colocados no Fórum, que é o Bem Viver. Vamos questionar como viver sem o consumo desenfreado, descobrir um jeito de viver que não seja consumista, conversar sobre a integração dos povos baseada no respeito à diversidade. Os debates também vão abordar a migração e a necessidade da não criminalização dos migrantes", esclarece Bassegio.

Outras temáticas mundiais e, sobretudo, relacionadas à América Latina estarão presentes no Fórum, entre elas: disputas hegemônicas; diversidade na igualdade e os desafios para a sua conquista; criminalização dos movimentos sociais; a força camponesa na definição de alternativas de vida e a luta por outras formas produtivas e de vida para superar o extrativismo depredador.

De acordo com Luiz Bassegio, o eixo 7, "Memória e Justiça histórica: colonização e descolonização; bicentenários, repressão, verdade e diversidades", nunca antes abordado em outros Fóruns, ganhará amplo espaço de debate para que se "faça justiça a todas as dívidas históricas e se saiba quem ainda está devendo".

Também terão espaço de destaque os temas e problemáticas relacionados ao meio ambiente. A intenção é que já durante o evento "se viva o que seja prega". Por este motivo, quem participar do FSA terá acesso a uma realidade diferente, com alimentação saudável, ambiente ecologicamente correto, cuidados com a água e com a correta destinação do lixo. As atividades também deverão acontecer próximas umas das outras para que não haja a necessidade de deslocamento com automóvel e, consequentemente, o meio ambiente seja menos poluído.

Compartilhando deste mesmo espírito de preservação, os colombianos sugeriram que a travessia até a cidade sede do Fórum fosse feita de bicicleta. Mesmo que a maior parte dos participantes não possa aderir à ideia, a intenção é divulgar o Fórum Social das Américas e já pôr em prática que "um outro mundo é possível".

A expectativa do Conselho Hemisférico é que o Fórum reúna de sete a oito mil pessoas. Já a grande marcha que caminhará da sede do FSA até o centro da cidade, e será realizada no último dia de programação, deverá agrupar cerca de 10 mil participantes. Para acomodar grande parte dos encontristas serão montadas no campus do ISE de 120 a 150 barracas. Três acampamentos deverão acolher os indígenas, os campesinos e a juventude.

A quarta edição do Fórum Social das Américas acontecerá em um contexto de amplas transformações políticas e sociais nas Américas. Sendo assim, a intenção deste momento é permitir a troca de informações, manter uma agenda comum para o continente e permanecer como um espaço de luta e reflexão para a construção de uma "outra América possível".

Fonte: ADITAL - http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=45667