quinta-feira, 24 de junho de 2010

Plebiscito Popular pelo limite da terra será realizado em setembro!

Plebiscito Popular pelo limite da terra será realizado em setembro!

A sociedade brasileira está sendo conscientizada e mobilizada para a campanha do limite; vários estados já estão se organizando para levar a população às urnas entre os dias 01 e 07 de setembro.

Vamos às urnas mostrar nosso poder popular
Fonte: http://www.limitedaterra.org.br/noticiasDetalhe.php?id=120

O Plebiscito Popular pelo limite da propriedade da terra será o ato concreto do povo brasileiro contra a concentração de terras no país, que é o segundo maior concentrador do mundo, perdendo apenas para o Paraguai. Esta consulta popular é fruto da Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra, promovida pelo Fórum Nacional da Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA) desde o ano 2000.

A campanha foi criada com o objetivo de conscientizar e mobilizar a sociedade brasileira sobre a necessidade e a importância de se estabelecer um limite para a propriedade. Mais de 50 entidades, organizações, movimentos e pastorais sociais que compõem o FNRA estão engajadas na articulação massiva em todos os estados da federação.

Cada cidadã e cidadão brasileiro será convidado a votar entre os dias 01 e 07 de setembro, durante a Semana da Pátria, junto com o Grito dos Excluídos, para expressar se concorda ou não com o limite da propriedade. O objetivo final é pressionar o Congresso Nacional para que seja incluída na Constituição Brasileira um novo inciso que limite a terra em 35 módulos fiscais, medida sugerida pela campanha do FNRA. Áreas acima de 35 módulos seriam automaticamente incorporadas ao patrimônio público e destinadas à reforma agrária.

"A Campanha da Fraternidade deste ano também propõe como gesto concreto de compromisso a participação no plebiscito pelo limite da propriedade. Um limite para a propriedade faz parte de uma nova ordem econômica a serviço da vida", afirmou Dirceu Fumagalli, membro da coordenação nacional da CPT. Para ele, uma consulta popular, mais do que obter resultados concretos com a votação, é um processo pedagógico importante de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária. "São milhares de famílias acampadas à espera de uma reforma agrária justa. São índices crescentes da violência no campo. É o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos. Tudo isso tem relação direta com a absurda concentração de terras no Brasil."

Segundo Luiz Claudio Mandela, membro da coordenação colegiada da Cáritas Brasileira, os promotores do plebiscito querem dialogar com a sociedade sobre a concentração de terras no Brasil. "Isso interfere na estrutura política, social, econômica e geográfica do país", ressaltou. De acordo com Mandela, durante toda a campanha estão sendo coletadas assinaturas para que esta proposta seja convertida em um projeto de iniciativa popular. "Para isso precisamos de, no mínimo, 1,5 milhão de assinaturas. Mas pretendemos superar esta meta."

Outras informações:

Por que limitar as propriedades de terra no Brasil?

Porque a pequena propriedade familiar, segundo dados do Censo Agropecuário do IBGE 2006:

  • Produz a maior parte dos alimentos da mesa dos brasileiros: toda a produção de hortaliças, 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo; 58% do leite, 59% dos suínos, 50% das aves.
  • Emprega 74,4% das pessoas ocupadas no campo (as empresas do agronegócio só empregam 25,6% do total.)
  • A cada cem hectares ocupa 15 pessoas (as empresas do agronegócio ocupam 1,7 pessoas a cada cem hectares).
  • Os estabelecimentos com até 10 hectares apresentam os maiores ganhos por hectare, R$ 3.800,00.

Enquanto a concentração de terras no latifúndio e grandes empresas:

  • Expulsa as famílias do campo, jogando-as nas favelas e áreas de risco das grandes cidades;
  • É responsável pelos conflitos e a violência no campo. Nos últimos 25 anos, conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT):
    • 1.546 trabalhadores foram assassinados e houve uma média anual de
    • 2.709 famílias expulsas de suas terras!
    • 13.815 famílias despejadas!
    • 422 pessoas presas!
    • 765 conflitos diretamente relacionados à luta pela terra!
    • 92.290 famílias envolvidas em conflitos por terra!
  • Lança mão de relações de trabalho análogas ao trabalho escravo. Em 25 anos 2.438 ocorrências de trabalho escravo foram registradas, com 163 mil trabalhadores escravizados.

Vuvuzela: enchendo o saco desde 1660.

Vuvuzela: enchendo o saco desde 1660.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Morre Saramago.

Morre Saramago.
Só não digo "vá com deus" porque eles não se dão.

- foto, Saramago em visita à EZLN em 1999

domingo, 20 de junho de 2010

o suplício inenarrável

"A falta de liberdade não consiste jamais em estar segregado, e sim em estar em promiscuidade, pois o suplício inenarrável é não se poder estar sozinho."

- F. Dostoiévski

POEMA DA GARE DE ASTAPOVO

O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo
Contra uma parede nua...
Sentou-se ...e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Gloria,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E entao a Morte,
Ao vê-lo tao sozinho aquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali a sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se ate não morreu feliz: ele fugiu...
Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância!

(Mário Quintana)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sopros.


"Sopra aqui no meu ouvido que eu sou melhor do que as outras. Sopra um sopro de sempre sua... vai sopra que eu vou à loucura, sopra e supre essa carência soprando em cima da ardência."

- Paula Taitelbaum


...gosto de insensatez e incerteza.


Eu gosto quando você
coloca as mãos atrás
da minha cabeça
e me puxa com pressa
pra dentro da sua boca
eu gosto como louca
de ter seus lábios grudados
de um jeito sôfrego
que sangra
e me tira o fôlego
eu gosto de te sorver
aos goles e fingir
que nossas línguas
são siamesas
gosto de beijos
com gosto de insensatez
e incerteza.

- Paula Taitelbaum

assistir seriados, filmes e etcs online

Achei um site interessante para assistir seriados, filmes e etcs online:

www.supertelafilmes.com

e independia de qualquer solicitação...


~



"Como chegar para alguém e dizer de repente eu te amo para depois explicar que esse amor independia de qualquer solicitação... que lhe bastava amar, como uma coisa que só por ser sentida e formulada se completa e se cumpre?"


(Caio Fernando Abreu)



~

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Efeito Lolita: como a mídia forja sexualidade juvenil de mercado.


A professora de jornalismo e comunicação de massa na Universidade de Iowa (EUA), Meenakshi Gigi Durham, identifica os mitos criados pela mídia no tratamento da sexualidade, com efeitos nocivos para o desenvolvimento das meninas e a a liberdade das mulheres É o que chama de Efeito Lolita: cada vez mais a mídia atinge garotas mais jovens.

Por Marcos Aurélio Ruy*

No livro O Efeito Lolita: a sexualização das adolescentes pela mídia, e o que podemos fazer diante disso, Meenakshi Gigi Durham diz que é necessária a criação de grupos de discussão com participação efetiva dos jovens como forma de combater esse trabalho cruel feito pela mídia convencional.

É imposto às crianças e jovens um único padrão de beleza possível. E, como as imagens de garotas estampadas nas revistas são irreais, as meninas têm que comprar produtos que vão de cosméticos à cirurgias plásticas para atingir a perfeição de serem sexies e outros aspectos de suas vidas são relegados a segundo plano. A socialite Paris Hilton é a principal modelo a ser seguido assim como o grupo Pussycat Dolls.

Grifes como Victoria’s Secret e cantoras com Christina Aguilera, Britney Spears e Lady Gaga e suas similares pelo mundo afora apresentam como objetos sexuais. O nome Lolita deriva do livro homônimo do escritor russo Vladimir Nabokov: uma menina de 12 anos que é um tipo de garota especial, seduz sem ter consciência disso, passa a ter relacionamento amoroso com um adulto.

No livro Educar para a submissão, o descondicionamento da mulher, a pesquisadora italiana Elena Gianni Belotti, já havia mostrado como é um traço cultural a submissão da mulher. “A tradicional diferença de caracteres entre macho e fêmea não é devida a fatores congênitos, e sim, aos condicionamentos culturais a que o indivíduo é forçado no curso do seu desenvolvimento”.

No caso do Efeito Lolita, Durham também faz uma abordagem demonstrando como a natureza não dita as regras no comportamento humano, sendo que a mídia destinada aos jovens é em boa parte dirigida por mulheres mas sujeitam-se à vontade maior do deus mercado. “O verdadeiro problema com o Efeito Lolita é que as garotas não têm controle sobre essa situação.” Ele consiste “numa fantasia masculina adulta.” E a mídia usa essa fase de descobertas das adolescentes inculcando-lhes ainda mais insegurança, simplesmente para vender mais produtos.

Durham deseja fornecer as ferramentas necessárias para se reconhecer e reagir de modo proativo. “Examinar com rigor o ‘Efeito Lolita’ permitirá desvendar os mitos que compõem o espetáculo da sexualidade das garotas na cultura pop convencional.” É muito comum em revistas na atualidade “a ninfeta com rosto de criança e curvas voluptuosas que posa de modo provocativo em capas de revistas. A sexualização das meninas nos ambientes aparentemente seguros, não realistas e fantasiosos da mídia e da publicidade age com o fim de legitimar, e até de tornar glamuroso, o uso da sexualidade das garotas para fins comerciais”, afirma.

As imagens difundidas pela mídia não são reais nem realizáveis; “corrigidas” por softwares de computador, essas imagens criam perfeições inexistentes. Páginas sempre acompanhadas de anúncios de produtos de beleza, entre outros. A mídia é tão persistente que a confusão fica ainda maior na cabeça das adolescentes e o apelo já é feito para crianças de até 8 anos de idade. Segundo Durham há brinquedos nos Estados Unidos da “Dança do Poste (uma dança erótica usada em cabarés) para meninas de 1 a 2 anos.

As meninas como objeto sexual

Há programas na tevê brasileira que apresentam mulheres de biquínis fio-dental, mostrando seus atributos físicos. Existe até um quadro num programa considerado de comédia que é chamado “a miss beleza interior”, ou seja pessoas que fogem do padrão caucasiano de beleza. Outros, supostamente menos incautos, mostram crianças muito pequenas, na imensa maioria meninas, imitando seus ídolos com roupas provocativas e com dança sensual.

O apelo sexual é tão presente que um certo programa “para mulheres” de manhã, da Rede Globo, levou duas jovens a andarem nas ruas de São Paulo, uma loira outra morena. A loira estilo Barbie e a morena apresentada como um tipo mais brasileiro. Elas andavam pelas ruas e a repórter ia perguntando aos homens qual era mais atraente. Tudo para justificar uma “matéria jornalística” sobre como manter a cintura fina.

Recentemente, a Associação Americana de Psicologia (APA, sigla em inglês) apresentou um relatório no qual afirma que a exposição em revistas, televisão, videogames, videoclipes, filmes, letras de música e internet, são nocivos para o desenvolvimento de garotas adolescentes.

Segundo a APA isso pode levar “à perda de auto-estima, depressão e anorexia”, entre outros aspectos. A pesquisadora Meenakshi Gigi Durham mostra que na mídia convencional já “não se diferencia mais anúncios de matérias jornalísticas”.

Cinco mitos para perpetuar a dominação

Em seu livro, Durham detecta cinco mitos nos quais a mídia se baseia para vender “produtos de beleza” e para apresentar as garotas como seres sexualizados que existem apenas para favorecer o sexo oposto, sem vontade própria e, pior ainda, sem valorizar nenhum outro aspecto das garotas a não ser o de serem sexies, sempre com o objetivo de agradar ao “olhar masculino”. E o pior: rebaixam cada vez mais a idade das garotas.

O primeiro mito é Se você tem, exiba. Este mito valoriza apenas a aparência sexy das meninas. “Chelsea, de 4 anos, elogia a aparência hot da amiga”, diz a autora, e acrescenta Lexi, 9 anos, veste uma camiseta do Pussycat Dolls com os dizeres “você não gostaria que sua namorada fosse ‘hot’ como eu?”. O mito então vê como “hot” (sexy) como a feminilidade ideal. Até em programas da Disney essa temática aparece como em Hannah Montana, destinados à jovens pré-adolescentes.

Para Durham “as mensagens sobre sexo que as garotas têm recebido por intermédio desses veículos de mídia, exploram a consciência sexual e a ansiedade que caracterizam os anos de adolescência e pré-adolescência.”

Uma pesquisa publicada no ano passado no Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissívei” apontou como emissoras mais assistidas a Rede Globo e a MTV, entre os jovens no período das 18 às 22 horas. Na pesquisa as duas emissoras de TV apresentam alto teor erótico nos seus programas e propagandas.

A volência sexual contra meninas

O segundo mito é Anatomia de uma deusa do sexo. O modelo visto como ideal para as garotas tem de ser magra, loira, cabelos longos, ao estilo da boneca Barbie. Para isso os publicitários chegam ao desplante de vender cremes para branqueamento de pele na África e na Ásia.

Também pretendem vender silicone para aumento do tamanho dos seios, entre diversos outros produtos. Segundo Durham até produtos proibidos nos países do Primeiro Mundo por ameaças à saúde, são vendidos no Terceiro Mundo. “As indústrias da moda, das dietas, dos exercícios físicos, dos cosméticos e da cirurgia plástica geram lucros anuais de bilhões de dólares”, afirma Durham, e confirma “a publicidade é a espinha dorsal da mídia”.

No terceiro mito As garotas bonitas, “em 2007, uma garota de 12 anos chamada Maddison Gabriel causou frisson no desfile de moda Gold Coast, da Austrália”. Um noticiário da emissora norte-americana ABC afirmou que Gold teve inspiração em Lolita. Um blogueiro observou, com cinismo indisfarçável: “crianças também conseguem ser ‘hot’”.

A cantora “Britney Spears, aos 16 anos, exibiu-se movimentando-se de modo ostensivo, vestida com um uniforme de escola católica e rabo de cavalo de menininha, em seu primeiro vídeo musical”. Para Durham a roupa clássica de Lolita é o ”leitmotiv predileto da pornografia infantil”.

Em maio a apresentadora Xuxa foi saudada pela mídia por aparecer ladeada por duas jovens gêmeas negras, de 14 anos, desfilando com pouca roupa e, segundo a mídia, tornou-se espécie de madrinha das meninas para tornarem-se modelos. Essa carreira tem sido apresentada em novelas e programas de tevê como ideal para as “meninas bonitas”. Só não falam dos problemas dessa profissão, nem de como as meninas que supostamente não são assim tão “bonitas” devem fazer? Resta a frustração apenas.

Ser violento é sexy é o quarto mito definido pela escritora. Em diversos filmes, a violência sexual contra garotas é apresentada como natural e punitiva. Nesses filmes tanto as garotas “boas” quanto as “más” são assassinadas com o mesmo prazer.

Uma série de filmes de terror, muito apreciada por jovens, Sexta-feira 1, apresenta as garotas que fazem sexo como libertinas que, portanto, devem ser severamente punidas, da mesma forma que os garotos viciados em drogas. O mais pesado, porém, se dá contra as meninas. É a mão de Deus punindo os pecadores.

“Praticamente a cada vez que há uma cena de relação sexual, em que são mostradas longas cenas com garotas adolescentes seminuas, o matador mascarado ataca.” O filme American Pie, apresentado como de libertação sexual, mostra as meninas como instrumentos do sexo e meros objetos a serem usados pelos meninos. No videogame da série Grand Theft Auto os jogadores têm oportunidade de estuprar, espancar e assassinar prostitutas.

Também peças publicitárias apresentam a violência contra mulher como sexy. “As imagens de violência contra as mulheres estão em toda a parte: nos outdoors, nas revistas, na televisão. Um anúncio da Dolce & Gabbana exibe um homem fazendo sexo com uma mulher, enquanto outros homens estão parados em pé, assistindo. A cena sugere um estupro sendo praticado por uma gangue. No anúncio, a modelo é bonita, tem olhar ardente e aparenta estar excitada. O estupro pela gangue é implicitamente justificado”, afirma Durham.

Outro anúncio da Cesare Paciotti “mostra um homem pisando sobre o rosto de uma bela mulher que usa batom vermelho.”

O quinto mito criado pela mída é do que os rapazes gostam. As revistas feitas para meninas invariavelmente dizem que os “rapazes sabem muito a respeito das garotas” e também sabem muito bem o que querem, ao contrário das garotas que não sabem nada, portanto, precisam aprender a satisfazer os desejos dos garotos... com a mídia.

As revistas “ensinam” as meninas a serem atraentes. Manchetes do tipo estampados pela revista norte-americana Seventeen mostram isso claramente: “Experimente esse visual, testado por garotas e aprovados por rapazes”, formam a essência desse mito.

Controlar a volúpia da mídia

“Temos de aprender a ter controle sobre a mídia e a usá-la de modo que melhore nossa vida, em vez de lhe dar total liberdade de ação tanto no espaço público quanto no privado”, afirma Durham. Ela diz ainda que o marketing das empresas está transformando as crianças pequenas em “iscas de sexo”.

Por isso, para ela “a sexualidade deve ser protegida, as pessoas devem ter controle sobre ela, livres de qualquer violência ou coerção. As garotas devem ser amparadas social e culturalmente, de modo que contribua como seu desenvolvimento sexual e o seu bem-estar.”

“O Efeito Lolita está presente nas revistas para adolescentes, nos programas de tevê, nos shopping centers, na pornografia e nas ruas. Às vezes é difícil distinguir uma imagem da outra”, afirma Durham. Ele age dentro de um contexto corporativo e comercial. Em razão disso, não há ética em jogo: “ele é movido pela busca do lucro”.

Principalmente porque a parte mais promíscua e violenta sobra para as meninas pobres que, sem dinheiro para comprar os tais produtos milagrosos e se tornarem “sexies”, tornam-se presas fáceis para a face mais cruel desse contexto: o tráfico sexual de crianças. O Departamento de Drogas e Crimes da ONU descreve o tráfico sexual de crianças como a atividade criminosa de maior expansão no mundo.

“Em certo sentido, o Efeito Lolita superestima e subestima o sexo, ao mesmo tempo: ele dá uma ênfase excessiva à necessidade das garotas de ser sexies, mas não leva o sexo suficientemente a sério a ponto de lhes fornecer informações adequadas sobre como lidar com ele na vida real”, diz Durham. Por isso, ela defende a inclusão do “uso crítico da mídia” na grade curricular “desde o período da pré-escola até o final do ensino secundário”.

* Marcos Aurélio Ruy é jornalista
Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=11&id_noticia=130641