domingo, 5 de setembro de 2010

...em tempos de urnas.

Estava preparando uma aula pra minha turma de Ensino Médio e levarei um texto complementar de alguns exercícios que achei que vale a pena postar:

“Cuba resiste como único exemplo latino-americano de democracia social e econômica. Suspenso o bloqueio norte-americano, abre-se o caminho de aperfeiçoamento de sua democracia política.

Como me disse o pastor batista Raul Suarez: “Ensinaram-me que era pecado beber, fumar, bailar. Ninguém me ensinou que era pecado manter o povo analfabeto, vivendo em favelas, sem educação e saúde” (…)

Quem considera que a democracia se reduz a eleições periódicas não deve esquecer que em Cuba não há massacres do tipo Carandiru [referência à invasão policial do presídio do Carandiru em São Paulo, em 1992, que resultou na morte de 111 detentos], grupos de extermínio, seqüestros, desaparecimentos, assassinato de crianças, aposentados desassistidos e extorsão financeira para acesso à saúde e educação, que são gratuitas. A humanidade pode ser diferente, sem o escândalo e o abismo que separam ricos e pobres. Por isso Cuba incomoda quem acredita que encher urnas é mais importante que encher barrigas. Mesmo porque essa gente nunca passou fome. No máximo teve apetite, com direito a couvert.”


Frei Betto, Cuba; in O Estado de São Paulo, 5 de abril de 1995.


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