segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Enterrem meu coração na curva do rio. (II)

"Agora, era a vez de Nuvem Vermelha. Seu corpo flexível, vestido duma manta leve e mocassins, moveu-se até o centro da plataforma. Seu cabelo preto e liso, partido no meio, cobria seus ombros e ia até a cintura. Sua boca rasgada era uma fenda resoluta sob seu nariz curvo. Seus olhos brilhavam quando começou a censurar os comissários da paz por tratarem os índios como crianças. Acusou-os de fingir negociar sobre um território, enquanto se preparavam para tomá-lo pela força. 'Os brancos forçaram os índios, ano a ano', disse, 'até sermos obrigados a viver num pequeno território ao norte do Platte, e agora nosso campo de caça, o lar do Povo, deve nos ser tomado. Nossas mulheres e crianças morrerão de fome, mas, no que me diz respeito prefiro morrer lutando do que de fome... O Pai Grande [presidente dos EUA] mandou-nos presentes e quer uma nova estrada. Mas o Chefe Branco vai com soldados roubar a estrada antes de os índios dizerem sim ou não!'"

In. Enterrem meu coração na curva do rio. Porto Alegre, L&PM, 2009. pag. 119/120

Cavalo Doido:
Touro Sentado:
Nuvem Vermelha:

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