terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sin City



Ela treme ao vento como a última folha de uma árvore morta.
Deixo que escute meus passos...
Ela estremece por um único instante.

- Aceita um cigarro?

- Aceito. Está tão cheio dessa gente quanto eu?

- Não vim aqui pela festa. Vim aqui por você. Tenho te observado há dias... Você é tudo o que um homem poderia desejar...
Não é só seu rosto, seu corpo ou sua voz. São seus olhos. Tudo o que vejo em seus olhos.

- E o que vê em meus olhos?

- Vejo uma calma insana. Está cansada de fugir. Esta pronta para enfrentar o que tem de enfrentar, mas não quer fazer isso sozinha.

- Não... não quero enfrentar sozinha...

O vento carrega eletricidade. Ela é macia, quente e quase sem peso. Seu perfume é uma doce promessa que me traz lágrimas aos olhos. Digo a ela que tudo vai dar certo. Que vou salvá-la do que ela teme e levá-la para bem longe. O silenciador quando dispara é como um suspiro. Eu a abraço forte até ela partir. Nunca saberei do que ela fugia.

(Sin City)

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