quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Bolívia abrirá os arquivos de suas ditaduras:

A Bolívia está na véspera da abertura dos arquivos militares, que prometem revelações sobre os períodos ditatoriais que o país viveu. Nesta quarta-feira (17), o procurador Milton Mendoza entrará no Grande Quartel General de Miraflores, onde abrirá os arquivos. A medida facilitará as investigações sobre os restos dos opositores.

Mendoza disse à agência Prensa Latina que a abertura dos arquivos pode revelar onde se encontram os restos de Marcelo Quiroga Santa Cruz, Carlos Flores Bedregal, Renato Ticona e outros líderes de esquerda desaparecidos durante a ditadura do general Luis García Meza (1980-1981).

Junto com Mendoza, irão ao quartel membros da Procuradoria Geral, o Defensor do Povo, representantes de associações pelos direitos humanos e familiares das vítimas das ditaduras militares. O Ministério Público tenciona localizar os restos de pelo menos 156 desaparecidos.

Na véspera da abertura dos arquivos, o ministro da Defesa, Rubén Saavedra, anunciou que as Forças Armadas garantirão a Mendoza o acesso aos papéis, sua desclassificação e análise. "O governo tem toda a vontade democrática de tornar transparente a documentação, e portanto permitir o acesso à informação das Forças Armadas, já que foram cumpridos os procedimentos regulamentares", di sse o ministro.

Para Saavedra, foram cumpridos os requisitos exigidos pela Lei Orgânica das Forças Armadas para permitir o acesso à informação. Foi também emitida ordem judicial à instituição castrense e ao Ministério da Defesa.

Data de 2009 a resolução ministerial que objetiva facilitar o acesso dos arquivos aos familiares das vítimas, autoridades, investigadores e outras pessoas que demonstrem interesse legítimo em conhecer os papéis.

No dis 1º último foram entregues a seus familiares os restos de quatro integrantes da Guerrilha de Teoponte, que enfrentaram a ditadura em 1970. Eloy Mollo Mamani, Rafael Antezana Eguez, Delfín Mérida Vargas, e Francisco Imaca Rivera militavam no Exército de Libertação Nacional (ELN). A guerrilha atuou no norte do departamento de La Paz e era formada por mais de 70 combatentes, não só bolivianos, mas também chilenos, argentinos, peruanos e colombianos.

Fonte: Prensa Latina (http://www.prensa-latina.cu)

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