sábado, 1 de agosto de 2009

A Nova Mulher e a Moral Sexual


A mudança nas questões da vida privada, do comportamento, da sexualidade, do amor é parte imprescindível das responsabilidades da revolução. Ao contrário da visão predominante, de que só devemos, ou só podemos nos dedicar a elas quando a transformação econômica e política já estiverem asseguradas.
A gestação dessa nova moral deve ser necessariamente, um componente do processo de luta.
É óbvia a importância das transformações econômicas e políticas para que uma efetiva libertação possa existir, mas não podemos nos conformar com que, nestas questões, a prioridade seja sempre adiada. Afinal, diz Alexandra Kolontai: "A experiência da história nos ensina que a elaboração da ideologia de um grupo social e conseqüentemente da moral sexual também se realiza durante o próprio processo de luta deste grupo contra as forças sociais adversas".
É de fundamental importância na vida de luta a insistência ao respeito à individualidade de cada um na construção das relações afetivas; sobre a importância da sexualidade na formação psicológica dos indivíduos; na visão aberta sobre a construção de novas formas de relação afetiva e sexual sem se enganar que sob formas aparentemente modernas se mantêm relações de dominação; na defesa da autonomia material e psicológica das mulheres.
É preciso criticar agudamente às relações de dependência econômica, de subordinação das mulheres sobre as quais se constrói o casamento e famílias tradicionais, insistir sobre a importância da autonomia econômica (mas não essa imposta pelo capitalismo que simplesmente incorpora mais uma forma proletário que acaba por se tornar o proletário DO proletário – executando o trabalho assalariado, o doméstico e o materno), do seu desenvolvimento profissional e intelectual, da ruptura com os valores de feminilidade assentados na submissão. Uma ruptura que exige a transformação de mulheres e homens. E que exige um investimento político concreto na mudança das condições de vida das mulheres para que as necessidades econômicas ou a maternidade não sejam empecilhos à sua libertação. Daí a importância da igualdade no direito ao trabalho, a ênfase sobre a libertação das mulheres da escravidão do trabalho doméstico, das políticas em relação à maternidade.
É necessária a intransigência com o machismo arraigado na postura dos companheiros – mesmo entre os quais se pretendem os mais revolucionários. Quando se trata de romper com as velhas estruturas, lutar pelas mudança das velhas relações de produção, ser intransigente com a sociedade burguesa, pode-se encontrar unidos para isso todos os revolucionários. Mas, no momento em que se trata de romper com o papel subordinado das mulheres, em particular na vida privada, então, não é incomum encontrar que os revolucionários se unam em defesa dos mais atrasados preconceitos e comportamentos totalmente incompatíveis com as mudanças que defendem.

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Obs. adoro música e imagem e acho que eles dialogam às vezes MUITO MELHOR do que texto

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